1616
4 de Maio - O Mester de Rendilheira é objecto de sessão de Câmara. Trata-se da mais antiga referência conhecida às rendas de bilros de Vila do Conde. Este registo corresponde também ao reconhecimento do interesse económico desta actividade. 1709 Segundo o Livro de Vereações, n.º 18, existente no arquivo da Câmara Municipal de Vila do Conde, as rendilheiras contribuiram com a sua "folia", para a Procissão do Corpus Christi. Este facto corresponde ao afirmar da actividade como sendo de primeira importância na economia de Vila do Conde.
1749
24 de Maio - Pragmática de D. João V que causou danos muito graves à manufactura das Rendas de Bilros.
19 de Junho - A Câmara de Vila do Conde delibera intervir energicamente contra esta medida legislativa. Joana Maria de Jesus, rendilheira de Vila do Conde foi enviada à Corte, em representação dos centros produtores de Rendas de Bilros do norte do país, com o intuito de expôr a EI-Rei o estado de miséria em que a aplicação da pragmática deixaria muitas famílias do norte.
19 de Setembro - Como resultado das diligências de Joana Maria de Jesus foi publicado um alvará que atenua a dureza da pragmática anterior.
1751
21 de Abril - Já no reinado de D. José, novo alvará determina que o uso das Rendas de Bilros volte a ser completamente livre.
1867
As Rendas de Bilros de Vila do Conde estão presentes na Exposição Universal de Paris.
1913
3 de Setembro - Na linha da preocupação com o ensino, dominante no período da Primeira República, o Dr. Domingos Ramos, Juiz em Vila do Conde, publica um trabalho em que defende a criação de uma escola industrial com ligação às rendas.
1919
10 de Maio - Foi criada pelo decreto n.º 5: 787-2X, do Ministério do Comércio e Comunicações, "uma escola de rendeiras de Vila do Conde" que depois foi designada Escola Industrial de Rendeiras Baltazar do Couto. De entre os seus directores podemos citar o Prof. Ruy de Moraes Vaz, individualidade com relevo no "mundo intelectual" e que com Fernando Pessoa fundou, em 1924, a revista de arte Athena. D. Julieta de Castro Estrela, exímia rendilheira, foi a primeira mestra desta escola.
1930
22 de Março - Por iniciativa da Associação Comercial e Industrial de Vila do Conde, realizou-se uma exposição de rendas de Vila do Conde, na Casa Barbosa & Costa, em Lisboa. A exposição foi inaugurada pelo General Carmona, ao tempo Presidente da República Portuguesa. O etnólogo Luís Chaves proferiu então uma importante conferência sobre as Rendas de Bilros. Nesta mostra estiveram presentes quatro expositores de Rendas de Bilros de Vila do Conde: Casa Laura Estrela e Irmã, D. Leopoldina Leal, D. Conceição da Cruz Gomes e a Casa Flores.
1942
Um inquérito realizado à Indústria das Rendas, ordenado pelo Ministério da Economia, revela que em Vila do Conde existiriam cerca de quinhentas rendilheiras.
1978
É realizada pela primeira vez a Feira Nacional de Artesanato de Vila do Conde, evento que viria a marcar a mudança na tendência descendente da produção de artesanato, nomeadamente das Rendas de Bilros, que aqui veriam reconhecido o seu valor a nível nacional.
1979
Num inquérito levado a cabo pelo Município às rendilheiras de Vila do Conde, constatou-se que o seu número já não ultrapassava a centena e que a sua média etária era avançada.
1980
3 de Julho - A inauguração do Centro de Artesanato de Vila do Conde vem criar um espaço capaz de encontrar escoamento para a produção de Rendas de Bilros e de divulgar a sua actividade. É o outro momento de viragem na curva descendente da actividade dos bilros de Vila do Conde.
1981
Em Junho, a Comissão Municipal de Turismo da Câmara Municipal leva a efeito no Centro de Artesanato o 1. º Concurso de Rendas de Bilros de Vila do Conde. Esta iniciativa que se revestiu de um assinaláve1 êxito, teve por finalidade incentivar o fabrico e comercialização das rendas de Bilros. Repetindo-se ao longo dos anos este concurso tomou o nome de "Prémio Joana Maria de Jesus".
1984
É constituída a Associação para Defesa do Artesanato e Património de Vila do Conde, que, como o seu nome indica, se propõe inventariar, preservar e promover o artesanato no âmbito do Município de Vila do Conde. Esta instituição tornou-se fulcral na protecção e organização da actividade das rendilheiras.
1991
É inaugurada na "Casa do Vinhal", entretanto objecto de profunda recuperação, a Escola de Rendas e o Núcleo Museológico das Rendas de Bilros do Museu Municipal. Neste mesmo ano, um inquérito realizado no âmbito da actividade do Gabinete Técnico Local, revelou que só no Centro Histórico de Vila do Conde mais de 30% das mulheres tinham como ocupação principal para além da doméstica, a produção de Rendas de Bilros, ultrapassando largamente o número registado em 1979.
1993
7 de Novembro - É prestada uma significativa homenagem à Mulher Vilacondense, com a serena escultura representando uma rendilheira, da autoria do escultor Ilídio Fontes, implantada no Cais das Lavandeiras.